sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Mistérios da Escuridão

Mistérios da Escuridão

Por: Leandro Zerbinatti de Oliveira

O espaço; negro, frio, opressivo e sem vida era o que eu via dali. Aquele lugar onde eu me encontrava não passava de um solo cinza e árido, marcado por incontáveis crateras dos mais diversos tamanhos e pedaços de rochas soltas.

Um lugar inabitável e inalcançável. A lua; acredito eu ser o mais provável, mas não posso afirmar com certeza. Talvez uma lua diferente da que nós conhecemos. Talvez a mesma, ou quem sabe um meteoro ou pedaço de rocha na obscura imensidão. Mas não que isso importe, o fato é que o lugar deveria estar completamente inabitado...

Porém, intrigantemente não estava, e quão perturbadora era a natureza dos seus ocupantes:

O primeiro era um ser humanóide de aspecto monstruoso; seu rosto era um crânio recoberto por vestígios de uma pele seca e esverdeada, já quase completamente decomposta. Uma longa e selvagem cabeleira avermelhada recobria sua cabeça demoníaca, dotada de um par de chifres curvos. Faltavam-lhe os olhos, mas uma luz que brilhava sadicamente compensava a ausência destes. Sua mandíbula encontrava-se cerrada – uma raiva inumana, ou um sorriso sádico? –, apresentando caninos longos e afiados. O corpo da criatura, apesar dos danos expondo ossos em certas partes, era grande e musculoso, e em sua mão esquerda ele segurava uma corrente.

A outra figura era uma mulher. Ela possuía feições jovens e atraentes – até um pouco selvagens; seus cabelos castanhos longos e cacheados esvoaçavam como que se soprados pelo vento. Completamente nua, a jovem encontrava-se de joelhos, com as mãos apoiadas sobre o chão, olhando para cima, com uma expressão de prazer (ou seria submissão?). E ao redor do seu pescoço lá estava, a corrente, prendendo-a como uma coleira.

O que era tudo aquilo? Pensei eu diante da cena. Como aqueles dois seres, um dos quais desafiando a própria lógica, haviam chegado naquele lugar? Por que ali? Quem ou o que eram eles? E o que faziam?

Teria aquilo tudo sido um sonho, ou de alguma forma eu estive lá, testemunhando aquela bizarra (e ainda fascinante) cena? Ou seria eu um deles...?